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Protagonizado por Chico Diaz e Maria Fernanda Cândido, “Vermelho Monet” tem pré-estreia no Cineteatro São Luiz

Premiado em diversos festivais, o longa escrito e dirigido por Halder Gomes investiga o processo artístico e o mercado das artes. Imagem: frame do filme (Divulgação)


Exibido em 15 festivais pelo Brasil e o mundo, e ganhador de mais de dez prêmios, “VERMELHO MONET”, de Halder Gomes tem pré-estreia marcada no Cineteatro São Luiz dia 05 de maio (domingo) e chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 09 de maio (quinta), com distribuição da Pandora Filmes. O longa é coprodução da ATC e da Glaz, com produção executiva da Ukbar Filmes produtora de Portugal, e conta com a participação de atores e parte da equipe de portugueses. Além disso, tem Apoio da Globo Filmes, Lei do Audiovisual, Fundo Setorial do Audiovisual.


Mais conhecido por suas comédias, como Cine Holliúdy e Os Parças, Gomes aqui apresenta um drama marcado pela discussão sobre a arte e a transformação dela em mercadoria. O protagonista é Johannes Van Almeida, interpretado por Chico Diaz, um pintor pouco aceito no mercado, que está perdendo sua visão.


Ele encontra na atriz Florence Lizz (Samantha Müller) a inspiração para realizar sua maior obra, e seu caminho também cruza com o de Antoinette Lefèvre (Maria Fernanda Cândido), uma marchand influente que tem o poder de transformar o quadro numa obra famosa e valiosa. 


“Fazer VERMELHO MONET não foi muito diferente de fazer uma comédia em seu processo físico. Todos os esforços e etapas que constituem a realização de um filme estão presentes no drama e na comédia. Além do gênero drama em si, esse trabalho também é contado pela sua estética, referências artísticas, trilha musical, ambiências e simbolismos. A condução rítmica também é outra, com tempo de tela mais largo para assimilação e contemplação de suas simbologias e estética, respectivamente”, explica o diretor, que também assina o roteiro do filme.


Gomes conta que esse é o primeiro de uma planejada trilogia, e o próximo deverá ser Azul Vermeer. “O filme transborda da vontade de pôr na tela o que mais me fascina: pintar, ler sobre arte e ver pinturas. Viajo pra visitar museus e galerias incessantemente e passo grande parte do meu tempo livre pintando ou desenhando. Nessas andanças sempre me deparo com pinturas que aguçam a curiosidade de saber quem e o que está além do alcance dos olhos. Para isso, viajo pra lugares pra entender o que certos pintores viram e o que os fizeram pintar daquela forma. Já fui três vezes a Delft, Países Baixos, para decifrar o olhar, luz e paleta de Vermeer.”


É de se destacar também, dentro do filme, a importância da fotografia de Carina Sanginitto, e a direção de arte de Juliana Ribeiro, ambas premiadas em festivais, e cujos trabalhos ajudam na evocação das cores e luzes de Monet. Além das visitas ao museu, ao lado delas, Gomes também destaca que fizeram um estudo de paletas e tons de pele muito elaborados - em especial a progressão da luz na tez de Florence Lizz que, aos olhos de Johannes Van Almeida, tem cor - do dessaturado ao P&B - e textura de mármore.


Definindo o filme como “uma grande história de amores desencontrados, intensos, tortuosos e trágicos”, Gomes coloca as personagens em questões existenciais profundas transpostas à arte que, por sua vez, é a única e provável tábua de salvação de todos eles - cada um ao seu modo.


“Para abrir essa caixa de pandora, não podia ser outra cor senão o vermelho.  É a primeira cor que o ser humano teve o domínio de sua manipulação. É a cor mais forte, mais vibrante, com as maiores potencialidades poéticas, oníricas e simbólicas. O vermelho é a ambivalência do vigor, fogo e plenitude, associado a sua extrema fragilidade se misturada com outras cores. A complementaridade cromática e dissolução metafórica dos personagens representados pelas cores é a principal condução simbólica do filme. Vermelho Monet, em si, é uma cor simbolista criada para o título numa alusão aos vermelhos dos entardeceres impressionistas de Claude Monet.”


Num primeiro momento, um filme sobre alta cultura pode não parecer ter um diálogo direto com o Brasil contemporâneo, mas o diretor ressalta que o mercado de arte é uma realidade que pode se mover por caminhos tortuosos em todo o mundo. “Neste exato momento, no Brasil, deve ter alguém colecionando arte, lavando dinheiro com obras de arte, lucrando, manipulando valor, falsificando pinturas e até mesmo roubando quadros e esculturas em igrejas, residências e galerias. Assim como também tem milhares de pessoas visitando nossos museus e apreciando obras e a história da arte.”


“Neste mesmo Brasil, milhares de artistas estão lutando para viver da sua arte. De certa forma, este cenário expõe as vísceras da discrepante desigualdade social em países como o nosso, onde neste exato momento tem alguém negociando sorrateiramente obras de arte por valores milionários, enquanto alguém está passando fome e morando na rua. A arte está em todo lugar, o que faz o universo provocativo abordado em VERMELHO MONET ser atemporal e universal.”


Sinopse

Johannes Van Almeida (Chico Diaz) é um pintor de mulheres sem aceitação no mercado; obsoleto. Com a visão deteriorada e à beira de um colapso nervoso, encontra em Florence Lizz (Samantha Müller) - uma famosa atriz em crise e insegura na preparação para o seu filme mais desafiador - a inspiração para realizar sua obra prima. Antoinette Lefèvre (Maria Fernanda Cândido) é uma influente marchand/connoisseur de arte que fareja o valor de obras de arte quando histórias de inspiração viram obsessão entre pintores e modelos.


Ficha Técnica

Direção: Halder Gomes

Argumento e Roteiro: Halder Gomes

Colaboração de Roteiro: Michelline Helena

Elenco: Chico Diaz, Maria Fernanda Cândido, Samantha Müller, Gracinda Nave,

Matamba Joaquim, Duarte Gomes, Fernando Rodrigues e Rodrigo Paganelli.

Produção: Mayra Lucas e Halder Gomes

Produção Executiva: Paulo Serpa e Patrícia Baia

Produção Executiva Portuguesa: Pandora da Cunha Telles e Pablo Iraola

Direção de Fotografia: Carina Sanginitto

Direção de Arte: Juliana Ribeiro

Figurino: Mia Lourenço

Maquiagem e Caracterização: Sandra Pinto

Produção de Elenco: Alessandra Tosi

Montagem: Helgi Thor

Trilha Sonora Original: Herlon Robson Braz

Som Direto: Pedro Melo

Edição de Som e Mixagem: Érico Sapão Paiva

Distribuidora: Pandora Filmes

Produtoras: ATC Entretenimentos e Glaz Entretenimento.

Produção Executiva Internacional: Ukbar Filmes

Apoio: PIC Portugal, Câmara Municipal de Lisboa e Globo Filmes.

País: Brasil

Ano: 2023

Duração: 135 min


Sobre Halder Gomes

Halder Gomes é sinônimo de habilidades e talentos múltiplos. Cineasta, produtor, diretor, roteirista, ator, artista plástico, mestre em taekwondo, formado em administração de empresas e um apaixonado pelo estado do Ceará, onde nasceu em 1967, e pelo time do Fortaleza, clube do coração. Apesar de ter nascido na capital, foi no sertão central cearense, mais precisamente na cidade de Senador Pompeu, onde viveu sua infância, que Halder tira muito de sua inspiração para mostrar o melhor do "cearensês" para o mundo. Iniciou sua carreira no cinema como dublê de lutas, no início dos anos 1990, em Los Angeles (EUA). Pouco depois passou a fazer roteiros para produções e logo começou a dirigir filmes. O sucesso do curta “O Astista contra o Caba do Mal” (2004) o credenciou para iniciar a carreira como diretor de longas. O curta deu origem a “Cine Holliúdy”, seu 4º longa-metragem como diretor e o primeiro grande sucesso nas bilheterias e que o levou para uma sólida e crescente carreira marcada pela pluralidade do repertório criativo.



<< SERVIÇO >>


[CINEMA] PRÉ-ESTREIA NACIONAL | “Vermelho Monet” com presença e debate com o diretor Halder Gomes e convidados

Data: 05 de maio de 2024 (domingo) | Horário: 17h | Classificação: 14 anos

Local: Cineteatro São Luiz - R. Major Facundo, 500, Centro

Ingressos: R$ 7,00 (meia entrada) e R$ 14,00 (Inteira)

Horário de funcionamento da bilheteria: Terça a Sexta - 9h30 às 18h / Sábado  – 9h30 às 17h. Horários sujeitos a alterações, de acordo com a programação. Telefone para contato: (85) 3252.4138


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